terça-feira, 24 de março de 2015

Morreu Herberto Helder, o poeta dos poetas

Herberto Helder, um dos maiores poetas portugueses de sempre, morreu segunda-feira, em Cascais, com 84 anos.

A Morte sem Mestre é o título do seu último livro, lançado no ano passado pela Porto Editora, numa edição que incluiu um CD com cinco poemas ditos pelo próprio poeta.

Ouçam um excerto de A Morte Sem Mestre declamado pelo poeta:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tnTHU1eP3UQ
 

Notícias:

O maior poeta português da segunda metade do século XX morreu aos 84 anos.

Um mestre de linguagem sem paralelo, diz Nuno Júdice

Herberto Helder: 57 anos de poesia em dezenas de obras publicadas

Herberto Helder, o poeta que recusou o Prémio Pessoa

Esta é a casa onde nasceu Herberto Helder

O mito de Herberto Helder

Seis poemas de Herberto Helder


Recordando um poema de A Morte Sem Mestre, “esse livro premonitório”.

"queria fechar-se inteiro num poema
lavrado em língua ao mesmo tempo plana e plena
poema enfim onde coubessem os dez dedos
desde a roca ao fuso
para lá dentro ficar escrito direito e esquerdo
quero eu dizer: todo
vivo  moribundo  morto
a sombra dos elementos por cima"



Herberto Helder ‘não morreu, está só a dormir na obra’



quarta-feira, 18 de março de 2015

Segredo, Miguel Torga

Pré-leitura do poema
Observa o vídeo, pesquisando por "Mr. Bean, egg for cake hatches". atividade página 182, do manual  Conto Contigo 7.

Leitura
Em seguida, lê o poema de Miguel Torga.

Sei um ninho.

E o ninho tem um ovo.

E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar;
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar…


Comparação entre o poema e o conto "Jesus", de Miguel Torga

A relação que se estabelece entre o conto "Jesus", de Miguel Torga e este poema do mesmo autor é ao nível do assunto. Assim, no conto e no poema, o assunto é a revelação de uma descoberta - um ninho, feita quer num, quer noutro texto, por um menino - que assume o papel de sujeito poético, no poema - e de personagem principal no conto.
Nos dois textos, a atitude do menino é a de respeito pelo ovo e pelo pintassilgo acabado de nascer.


sexta-feira, 13 de março de 2015

O Alienista, de Machado de Assis

O QUE EU ANDO A LER

Ando a reler uma novela formidável, talvez a mais formidável novela escrita em português. É de um brasileiro, Machado de Assis (1839-1908) que escreveu quase tudo no séc. XIX. Contemporâneo de Eça (a quem acusou de plágio na obra ‘O Crime do Padre Amaro’, que na sua opinião era inspirada na obra de Zola ‘La Faute de l’Abbé Mouret’, o que era totalmente falso, porque a obra de Eça começou a ser publicada antes de a de Zola ver a luz do dia), Machado de Assis tem um talento e um humor incomparáveis. Numa crítica feroz ao cientifismo (hoje ainda tão na moda) e ao racionalismo positivista, a novela de que digo finalmente o nome – O Alienista – conta-nos como o médico Simão Bacamarte vai internando os habitantes da sua pequena terra, por serem loucos. E como descobre que, afinal, loucos são os que não internou. Enfim, o melhor é ler. A boa notícia é que pode ler a novela de graça, aqui. (É legal, já não tem direitos de autor).

Expresso Curto, 12 de março de 2015
 
 

A Árvore, de Sophia de Mello Breyner



 
 

A Árvore é um conto tradicional Japonês recontado por Sophia de Mello Breyner Andresen.

Apesar de ser uma leitura para o 5º ano, fica este link para um reconto deste conto em vídeo, utilizando estampas japonesas.
 

 https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=Q4bku3vYmiQ