segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Árvore de Natal


Já fiz a minha árvore de Natal:
apenas uma folha de carvalho
que o vento ia arrastando pelo chão,
alguns medronhos,
e a fazer de nevão
ou de geada
uma flor branca que encontrei na estrada.
Na carta que escrevi
ao Menino Jesus,
pedi
apenas
três coisinhas pequenas:
Pão,
Paz,

e uma lanterna que dê Luz!

Santos Quim, Quatro Lagoas, 22/11/2012

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

#PortugalContraAViolência


Governo lança campanha #PortugalContraAViolência

A Campanha #PortugalContraAViolência é hoje lançada no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres que se assinala a 25 de novembro.

campanha #PortugalContraAViolência, que desconstrói ditados populares, enfatiza a necessidade de rutura com crenças e preceitos culturais que continuam a normalizar e legitimar a violência contra as mulheres, e deixa às vítimas e testemunhas uma mensagem de que existem alternativas que passam pelas respostas de apoio e proteção que constituem a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica (RNAVVD). A RNAVVD, gerida pela CIG, é composta atualmente por 166 estruturas de atendimento, 26 locais de acolhimento de emergência e 40 casas abrigo, cobre mais de 70% do território nacional, envolve 218 municípios e, desde 2016, regista 32 733 atendimentos.
A violência contra as mulheres e a violência doméstica são crime público e uma responsabilidade coletiva. Ligue 800 202 148

https://www.cig.gov.pt/acoes-no-terreno/campanhas/campanha-portugalcontraaviolencia/

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

As fadas, Antero de Quental

Resultado de imagem para lindas fadas
A Matemática também pode levar-te a descobrir a poesia. 
Queres saber como? 

Clica na imagem para resolveres os exercícios sobre potências de expoente natural, propostos pela professora Sandrine Silva, 
descobre os primeiros versos do poema

Lê agora todo o poema e prepara a leitura expressiva.

Dando a Volta

As fadas… eu creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar…
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira do mar…


Algumas em fonte fria
Escondem-se, enquanto é dia,

Saem só ao escurecer…

Outras, debaixo da terra,

Nas grutas verdes da serra,


É que se vão esconder…

O vestir… são tais riquezas,
Que rainhas, nem princesas
Nenhuma assim se vestiu!
Porque as riquezas das fadas
São sabidas, celebradas
Por toda a gente que as viu…



Quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena,
Qualquer as pode espreitar,
Fazendo rodas, ocupadas
Em dobar suas meadas
De ouro e de prata, ao luar.

O luar e os seus amores!
Sentadinhas entre as flores
Horas se ficam sem fim,
Cantando suas cantigas,
Fiando suas estrigas,
Em roca de oiro e marfim.

Eu sei os nomes de algumas:
Viviana ama as espumas
Das ondas nos areais,
Vive junto ao mar, sozinha,
Mas costuma ser madrinha
Nos batizados reais.

Morgana é muito enganosa;
Às vezes, moça e formosa,
E outras, velha, a rir, a rir…
Ora festiva, ora grave,
E voa como uma ave,
Se a gente lhe quer bulir.

Que direi de Melusina?
De Titânia, a pequenina,
Que dorme sobre um jasmim?
De cem outras, cuja glória
Enche as páginas da história
Dos reinos de el-rei Merlin?

Umas têm mando nos ares;
Outras, na terra, nos mares;
E todas trazem na mão
Aquela vara famosa,
A vara maravilhosa,
A varinha de condão.

O que elas querem, num pronto,
Fez-se ali! parece um conto…
Mesmo de fadas… eu sei!
São condões que dão à gente,
Ou dinheiro reluzente
Ou joias, que nem um rei!

A mais pobre criancinha
Se quis ser sua madrinha,
Uma fada… ai, que feliz!
São palácios, num momento…
Beleza, que é um portento…
Riqueza, que nem se diz…

Ou então, prendas, talento,
Ciência, discernimento,
Graças, chiste, discrição…
Vê-se o pobre inocentinho
Feito um sábio, um adivinho,
Que aos mais sábios vai à mão!

Hare Print Moon Her Mother the Moon by Eveningstardust on EtsyMas, com tudo isto, as fadas
São muito desconfiadas;
Quem as vê não há de rir.
Querem elas que as respeitem,
E não gostam que as espreitem,
Nem se lhes há de mentir.

Quem as ofende… Cautela!
A mais risonha, a mais bela,
Torna-se logo tão má,
Tao cruel, tão vingativa!
E inimiga agressiva,
E serpente que ali está!

E têm vinganças terríveis!
Semeiam coisas horríveis,
Que nascem logo no chão…
Línguas de fogo que estalam!
Sapos com asas que falam!
Um anão preto! Um dragão!

Ou deitam sortes na gente…
O nariz faz-se serpente,
A dar pulos, a crescer…
É-se morcego ou veado…
E anda-se assim encantado,
Enquanto a fada quiser!

Por isso quem por estradas
Fôr, de noite, e vir as fadas
Nos altos mirando o céu,
Deve com jeito falar-lhes
Muito cortês e tirar-lhes
Até ao chão o chapéu.

Porque a fortuna da gente
Está às vezes somente
Numa palavra que diz;
Por uma palavra, engraça
Uma fada com quem passa,
E torna-o logo feliz.

Quantas vezes já deitado,
Mas sem sono, inda acordado
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um belo dia,
Me quisesse a mim fadar…

Faerie danceO que seria? Um tesouro?
Um reino? Um vestido de ouro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palácio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no jardim?

Ou podia, se eu quisesse,
Pedir também que me desse
Um condão, para falar
A língua dos passarinhos,
Que conversam nos seus ninhos…
Ou então, saber voar!

Oh, se esta noite sonhando,
Alguma fada, engraçando
Comigo (podia ser!)
Me tocasse da varinha,
E fosse minha madrinha
Mesmo a dormir, sem a ver…

E que amanhã acordasse
E me achasse… eu sei? Me achasse
Feito um príncipe, um emir!…
Até já, imaginando,
Se estão meus olhos fechando…
Deixa-me já, já dormir!

 Tesouro Poético da Infância,  Antero de Quental (1842-1891)
Resultado de imagem para as fadas antero de quental

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen

Hoje, 6 de novembro, é dia de Sophia. Cem anos passaram como um sopro, uma onda, uma brisa marinha. Um bom dia de Sophia! Parabéns eternamente!

A imagem pode conter: céu, ar livre, água e natureza

Inventei a dança para me disfarçar.
Ébria de solidão eu quis viver.
E cobri de gestos a nudez da minha alma
Porque eu era semelhante às paisagens esperando
E ninguém me podia entender.

in Coral, 1950
Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 3 de novembro de 2019

Cantiga da Mãe

Olha as horas!
Ilustração ©Erwin Madrid
Sai da cama!
Não demores
a acordar!
Lava os dentes

muito bem.
- Mas...ó mãe!...
Não inventes
mais desculpas
p`ra atrasar!
Passa o pente
na cabeça!
Bebe o leite
mais depressa!
E não te esqueças
também...
-Mas...ó mãe!...
...de levar
a papelada
assinada
que a professora
mandou.
Vai lá buscar
a mochila
e vê se, por esta vez,
estão prontos
os TPC!
E fecha bem...
-Mas...ó mãe!...
...a torneira
da banheira!
Olha o pingo...
-Mas ó mãe!...
Mas ó mãe!...
Hoje é domingo!

ALICE VIEIRA, in RIMAS PERFEITAS, IMPERFEITAS E MAIS-QUE-PERFEITAS, com ilustrações de Afonso Cruz (Texto Editores, 2009)

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Preparação para a Prova Final



Encontrei este conjunto de materiais ótimos para estudarem. Vou aqui partilhá-los convosco.

Espero que vos sejam úteis e os autores não se zanguem comigo.




https://www.obichinhodosaber.com/preparacao-para-prova-final-de-portugues-do-3o-ciclo/


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Encontro com a escritora Mª Teresa Maia Gonzalez

No âmbito do Projeto "Os Escritores vêm à escola", a nossa escola vai receber a visita da escritora, Mª Teresa Maia Gonzalez, no dia 22 de maio (4ªf), turno da manhã.
A BE possui os seguintes livros da escritora: 

Resultado de imagem para O Tiago está a pensar  m. Teresa Maia GonzalezA Lua de Joana;
Os Herdeiros da Lua de Joana;
 A História dos Brincos de Penas; 
Dietas e Borbulhas; 
O Geniozinho; 
O Tiago está a pensar;
Poeta (às vezes); 
A Sara mudou de Visual;
Noites no Sotão; 
Um beijo no pé;
Tão cedo, Marta!; 
A Ana passou-se!; 
A viagem do Bruno; 
O Álbum da Clara; 
Gaspar & Mariana

Para além destes, temos muitos livros da coleção "O Clube das Chaves" (da sua autoria e de Mª do Rosário Pedreira), nomeadamente, os seguintes títulos:                                                                  

·  Caça a Pantera; ·  No trilho dourado; 
·  Entra em Ação; ·  Tem carta branca; 
·  Dá tempo ao tempo; ·  A nova ordem; 
·  Toca a 4 mãos; ·  Tira a Prova Real;
·  Põe tudo em pratos limpos; ·  Preso por um fio; 
·  Descobre uma estrela;  ·  Entre barreiras; 
·  Soma e segue;  ·  Regressa à República; 
·  Sobe ao podium; ·   ... e os animais desaparecidos; 
·  Ganha terreno;  ·  Mergulha nos Oceanos;
·  Cumpre a missão;  ·  Agarra o Fantasma.
·  Na crista da onda; 

A variedade é muita. Agora só precisamos de leitores interessados. 
Conto convosco!
Boas leituras!

sexta-feira, 15 de março de 2019

O poema, Sophia de Mello Breyner Andresen

(pintura Pavel Guzenko)
O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento
No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas
(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo
 Sophia de Mello Breyner Andresen                                          ATIVIDADE 2º e 3º CICLO
                                                                                                   proposta Porto Ed.                                                                                                                               


 https://textosdepoesia.wordpress.com/2014/10/05/o-poema-sophia-de-mello-breyner-andresen-2/

sábado, 9 de março de 2019

História de uma gaivota e de um gato que a ensinou a voar

O realizador italiano Enzo D'Alò filmou "Historia de una gaviota y del gato que le enseñó a volar", filme de desenho animado, baseado na obra homónima de Luis Sepúlveda. 
O filme estreou em 1998. Embora não seja em português, vale muito a pena o esforço para ver.

trailer https://youtu.be/vl60ggCL1KA
https://youtu.be/LWMaD5Ze-Io (em francês)
https://youtu.be/Z--LJreTWck (em francês)
https://youtu.be/_qdgLBjOk1U (em inglês)
https://youtu.be/iz6qGtBMzC0 (em italiano) - a maldição dos mares
https://youtu.be/r20vKEnaJNQ - cena dos ratos

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar

Resultado de imagem para História de uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar 
Vídeos de promoção do Teatro Art'Imagem: "História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar". Texto: Luís Sepúlveda. Dramaturgia e encenação: Pedro Carvalho e Valdemar Santos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Canção dos Piratas

Captain la Bouche's Ship- Pirates. Author: Lawrence du Garde Peach Illustrator: Frank Humphris (1970)Hoje o tempo parece tranquilo
uma brisa soprada de leve, ahey, ahey
hoje o mar mais parece um espelho refletindo
bonecos de neve
ahey ahey
diz o capitão que amanhã de manhã
se continuar essa viração
nós vamos chegar ao mar do Japão
https://www.vagalume.com.br/sa-e-guarabyra/cancao-dos-piratas.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Teatro com Piratas dentro


Uma sugestão de leitura e possível dramatização:
SERAFIM E MALACUECO NA CORTE DO REI ESCAMA


https://pt.slideshare.net/fernandajsousa/serafim-e-malacueco-na-corte-do-rei-escama-de-antnio-torrado

A CANÇÃO DOS PIRATAS, João Pedro Mésseder

Da família dos piratas
só gosto mesmo é da nata,
dos que são a sério maus
como uns pássaros bisnaus.

Dos que dão berros medonhos
tudo menos enfadonhos,
dos que cospem no convés
e nunca lavam os pés.

Dos que têm pala num olho
e no outro um treçolho,
dos que usam lenços atados
nas cabeças desgrenhadas.

Dos que têm perna de pau
e gancheta invés de mão,
dos que bebem em jejum
meia garrafa de rum.

(...)
Dos que jogam futebol
com as balas de canhão,
dos que riem p´rá caveira
estampada na bandeira.

(...)
Dos que põem sobre a prancha
Inimigos p´ra despacho,
dão a ordem: « Segue em frente!»
e os empurram de repente.

Dos que um dia vão ao mar
E a fugir, sempre a nadar,
deixam para o tubarão
a velha perna de pau.

Dos que andam pelos mares
em busca de ilhas, palmares,
onde se encontre enterrado
um tesouro imaginado.

E eu que sou tão bonzinho,
tão cordato e educadinho
que me faz simpatizar
com gente tão invulgar?

PIRATA - Sophia de Mello Breyner

Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Resultado de imagem para sophia de mello breynerpirata a bordo do seu barco

Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.



Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.
Nasceu a 06 Novembro 1919 (Porto); morreu em 02 Julho 2004 (Lisboa)

Canção - Cecília Meireles

Imagem relacionada
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
– depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio…
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Orações coordenadas e subordinadas.


Em véspera de teste, uma pequena ajuda, tendo por base o manual Letras & Companhia.

Inês de Castro, os factos históricos

Túmulo de Inês de Castro, que depois de morta foi Rainha.



D. Inês pertencia a uma família poderosa de fidalgos galegos e descendia, por via bastarda, do rei de Castela, D. Sancho IV. Veio para Portugal como dama de D. Constança, mulher de D. Pedro. Este apaixonou-se por D. Inês, com quem teve uma ligação amorosa que se prolongou após a morte de D. Constança, em 1349. Os amores de D. Pedro com D. Inês não eram bem vistos, o que acabou por levar o rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, a decidir a execução de Inês de Castro, em 7 de janeiro de 1755, pois havia o receio de que os filhos desta relação pudessem vir a reclamar o trono de Portugal, afastando assim D. Fernando, filho de D. Pedro e D. Constança.
in Letras & Companhia 9