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Ficam mais um exemplos numa rubrica que agora passa a semanal.
Tens de seguir a tua medicação ou a tua medicamentação?
A forma mais corrente é “medicação”, mas “medicamentação” existe
e está igualmente certa.
É preciso fazer os trabalhos de casa. Tu
fazes os
TPC. Eu fiz os
TPC.
É preciso fazê-los, tu fá-los, eu fi-los.
Quando a forma verbal termina em r, s ou z, a pronominação
faz-se com -lo, -la, -los, -las.
(Por vezes ouvem-se palavras estranhas em tuguês
arcaico: é preciso fazeresos, tu fázios, eu
fízios. Essas formas devem ser rapidamente exterminadas por perigo
de contágio.)
A queda iminente
do edifício mais eminente
da rua.
A palavra iminente
significa o que está quase a acontecer, o que está muito próximo no tempo. A
palavra eminente significa
o que é mais alto, o que sobressai, o que é excelente ou muito importante. Por
exemplo, a forma de tratamento de um cardeal é “Sua Eminência”.
Dessa maneira hades ter
muitos amigos, não aja dúvida!
Esta frase é uma promoção (do tipo dois por um) do erro
ortográfico. O verbo Haver é dos mais vilipendiados no uso da língua
portuguesa. A forma correta seria “tu hás
de”, no presente do indicativo, sem hífen desde o AO, e “não haja dúvida” no presente do conjuntivo,
terceira pessoa do singular.
Prontos, ‘tamos feitos!
A palavra “pronto” funciona como adjetivo se acompanha um nome.
Repare-se na frase: Os bolos de chocolate estão prontos. Quando se usa
isoladamente, a forma correta é “pronto”, no singular, e funciona como um
advérbio semelhante a “agora” (estamos feitos), ou como uma locução do género
“em conclusão” (estávamos perdidos).
“Diz-se
muita tolice. Se não se dissesse tanta, seria melhor, mas menos divertido.”
Surgem frequentemente confusões, apesar da diferença na oralidade. O truque
mais simples é passar para a polaridade negativa: «não se diz» e «se não se
dissesse». Desfaz-se assim a dúvida entre o presente do indicativo e o
pretérito imperfeito do conjuntivo.
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