O perfume

“…E ficou a ver Justino se afastando entre a fumarada do salão, tudo se comportando longe. Vezes sem conta ela vira esse afastamento, o marido anonimado entre as neblinas dos comboios….No limiar da porta, Justino ainda virou o rosto e demorou nela um último olhar. Com surpresa, ele viu a inédita lágrima, cintilando na face que ela ocultava. A lágrima é água e só a água lava tristeza. Justino sentiu o tropeço no peito, cinza virando brasa em seu coração. E fechou a noite, a porta decepando aquela breve desordem.’
Uma prosa tão bonita que parece poesia! Este e outros contos para ler em formato digital:
Mia Couto – Estórias Abensonhadas livro em pdf.
O perfume - página 20; Sapatos de tacão alto - página 53