quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Concurso Nacional de Leitura - Prova Municipal

 Esclarecimento CNL:

realização da Prova Municipal sofreu alteração: transita para o dia 8 de março.
Assim, os alunos apurados têm mais tempo para a leitura das obras selecionadas! 😉👍

    2.º ciclo – Henrique Pires, 6.ºC e Joana Brilhante, 6.ºG.

3.º ciclo –Maria Manuel Alexandre, 7.ºB, e Inês Gouveia, 7.ºD


Secundário Profissional – Amélé Ali, 12.º7 e Nahary Santos, 12.º7



Podem aceder para mais esclarecimentos a: 

http://www.pnl2027.gov.pt/np4/CNL2021.html


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Os Milagres de Miranda, de Siobhán Parkinson

   

Uma coleção que surpreende pela história, que atrai pela imagem, que encanta pela mensagem, que se distingue como estrelas brilhantes.

Se usares a tua imaginação, os sonhos podem tornar-se realidade...
Miranda Maguire adora palavras e imaginar histórias. Quando a sua irmã adoece, Miranda começa a escrever uma história e pequenos milagres parecem acontecer: a sua avó deixa de fumar, o terrível Darren Hoey passa a ser simpático para ela...
Será Miranda capaz de escrever o milagre que vai salvar a sua irmã?

Um livro encantador, de uma autora multipremiada, que nos revela a importância da esperança e o poder da imaginação!

Plano Nacional de Leitura Literatura – dos 9-11 anos

Os Milagres de Miranda - algumas páginas do livro para aguçar o apetite.

“O País das Laranjas” | Rosário Alçada Araújo

Em 1949, ainda com o fantasma  bem vivo da Segunda Guerra Mundial, chegaram a Portugal 5500 crianças austríacas, ao abrigo de um programa da Cáritas, facto histórico que inspirou Rosário Alçada Araújo a escrever o romance juvenil “O País das Laranjas” (Asa, 2019).

Conhecemos Martha, uma menina de 10 anos, desde o momento que chega a Portugal e segue viagem para a Covilhã, onde é recebida carinhosamente pelos pais portugueses. Depois de uma noite bem dormida, o primeiro dia é marcado por grandes descobertas: a biblioteca, a primeira refeição e a primeira palavra que memoriza: laranja. “Eu nunca na vida tinha visto laranjas. E que cor pode ter uma laranja! Brilhavam tanto que eu pensei estarem prontas a ser comidas. Peguei nela e dei-lhe uma trinca, com casca e tudo. Os meus pais começaram a rir-se e a minha mãe apressou-se a tirá-la da minha boca. Ao princípio fiquei aflita, quase comecei a chorar. Mas o olhar divertido do meu pai fez.me sentir mais leve. A minha mãe chamou a criada, que me ensinou a descascar a laranja com garfo e faca. Quando levei o primeiro gomo à boca, não queria acreditar que se pudesse comer e beber um sabor tão delicioso. “Fiz bem em escolher Portugal” pensei.” Não sei como são os outros, mas neste país há laranjas”.

Martha, juntamente com os seus novos primos e amigos, vive aventuras inesquecíveis, aprende costumes e hábitos do povo português: as conversas com a Rosinha, a costureira que semanalmente vai a casa dos pais para fazer a roupa para toda a família; os sabores de uma gastronomia diferente da sua terra natal; os rebuçados caseiros, que eram uma delícia; os jogos de cartas ou a ida ao Hospital da Bonecas. Tudo prova de que “a infância é para ser levada muito a sério”, e que Martha guardará na caixa de recordações de Portugal, tão essenciais que foram para ultrapassar as vivências atrozes de uma guerra e a separação da sua família biológica.

A história de Martha, tão bem narrada por Rosário Alçada Araújo, proporciona-nos recordar grandes livros da literatura infantil e juvenil, que vão de Virgínia de Castro e Almeida à Condessa de Ségur, Maria Lamas, Sidónio Muralha ou Michael Ende, entre muitos outros – o título de cada capítulo corresponde a um título da literatura infantil e juvenil, como esclarece a autora logo nas primeiras páginas do livro, excepção feita ao epílogo, inspirado num título do romance de Odette de Saint- Maurice (provavelmente uma homenagem a uma escritora portuguesa que se notabilizou sobretudo na literatura infantil e juvenil).

A ida à biblioteca era, para Martha, um momento memorável: “Quando abria a porta no silêncio e na escuridão, parecia sentir que as histórias respiravam e era-me mais fácil decidir o que ia ler e ficar ali num mundo só meu”. A descoberta de novos livros, bom como de autores como Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco, possibilitaram-lhe descobrir que em Portugal existiam, então, livros proibidos.

O País das Laranjas, Asa, Deus Me Livro, Crítica, Rosário Alçada Araújo“O País das Laranjas” é um livro de prosa simples e encantador. Fala-nos de amor, carinho e ternura, mas também das marcas que uma guerra deixa e nas difíceis escolhas que são necessárias fazer na vida. Escolhas essas que marcam cada um para sempre. A história da pequena Martha deixa, a todos nós, uma questão pertinente: afinal, quem somos?

Rosário Alçada Araújo nasceu em Lisboa. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, mas cedo deixou a vida de jurista, rumo a Londres, onde se aproximou do mundo da literatura infantil e juvenil – quer através de um curso de escrita criativa para crianças, quer pelas suas próprias pesquisas em bibliotecas e livrarias. Algumas das suas obras estão recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura2027.


https://deusmelivro.com/mil-folhas/o-pais-das-laranjas-rosario-alcada-araujo-6-5-2020/#.X_SsrNj7TIU

MIL FOLHASPor  · Em 06/05/2020